Esferas da Insurreição — Notas para uma vida
não chulada
Suely Rolnik
Prólogo de Paulo B. Preciado
Design de Horácio Frutuoso
ISBN 978-989-9006-51-5 | EAN 9789899006515
Edição: Outubro de 2020
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 17 × 24 cm (brochado)
Número de páginas: 162 (a cores)
Com o Teatro Praga (colecção «Sequência»)
Paul B. Preciado: «Estes ensaios de Suely Rolnik chegam-
-nos em plena névoa tóxica que os nossos modos coletivos
de vida produzem sobre o planeta.
Vivemos um momento
contrarrevolucionário.»
Estes textos são como um oráculo que nos fala do nosso próprio futuro mutilado. Vêm recordar que o que estamos a
viver não é um processo natural, mas uma fase a mais de uma guerra que não cessou: a mesma guerra que levou à capitalização das áreas de preservação de terras indígenas, ao confinamento e ao extermínio de todos os corpos cujos modos de conhecimento ou afeção desafiavam a ordem disciplinar, à destruição dos saberes populares em benefício da capitalização
científica, à caça às bruxas, à captura de corpos humanos para serem convertidos em máquinas vivas da plantação colonial;
a mesma guerra na qual lutaram os revolucionários do Haiti, as cidadãs da França, os proletários da Comuna, aquela guerra
que fez surgir a praia sob os paralelepípedos das ruas de Paris em 1968, a guerra dos soropositivos, das profissionais do
sexo e das trans no final do século XX, a guerra do exílio e da migração…
Suely Rolnik reuniu aqui três textos elaborados durante os últimos anos
que poderiam funcionar como um guia de resistência micropolítica em
tempos de contrarrevolução. Tive a sorte de escutar e ler muitas versões destes textos, como quem assiste à germinação de um ser vivo. O pensamento
de Suely, como a sua própria prática analítica, tem a qualidade de estar
sempre em movimento. O que os leitores têm agora nas suas mãos é uma
fotografia da tarefa crítica de Suely tirada num momento preciso. Trata-se
de um trabalho aberto, de um arquivo em beta, em constante modificação.
O livro, extremamente rico e cuja leitura levará a múltiplas intervenções
críticas e clínicas, poderia ser lido tanto como um diagnóstico micropolítico da atual mutação neoconservadora e nacionalista do regime financeiro neoliberal quanto como uma hipótese acerca da derrota da esquerda,
no contexto não só latino-americano, mas também global. Mas esse réquiem por uma esquerda macropolítica é acompanhado em Suely pelo
desenho de uma nova esquerda radical: Esferas da Insurreição é uma cartografia das práticas micropolíticas de desestabilização das formas dominantes
desubjetivação, um diagrama da esquerda por vir.
[Paul B. Preciado]
Sem comentários:
Enviar um comentário