terça-feira, 20 de setembro de 2022

Correspondência Fernando Lemos e Jorge de Sena


Correspondência Fernando Lemos e Jorge de Sena
Fernando Lemos, Jorge de Sena

Apresentação de Perfecto E. Cuadrado 
Transcrição de Isabel de Sena
Edição, notas, índices de Rui Moreira Leite e Isabel de Sena
Fotografias de Fernando Lemos

ISBN 978-989-568-034-4 | EAN 9789895680344

Edição: Setembro de 2022
Preço: 24,53 euros | PVP: 26 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 376 (32 pp. a cores)

Em co-edição com a Fundação Cupertino de Miranda



Perfecto E. Cuadrado: «Um instrumento fundamental para o conhecimento de Jorge de Sena, de Fernando Lemos, de Mécia de Sena, presente em referências e também autora de algumas cartas significativas, de importantes protagonistas dos exílios portugueses da época salazarista e anos imediatamente posteriores, e da situação da arte e da literatura no Brasil e no Portugal desse tempo, isto é, do nosso tempo… por muito tempo ainda.» 



«É verdade mesmo. E agora? 
Nobre povo, nação valente! 
Infelizmente não posso ir lá tão depressa. Estou, além do mais, num cansaço interior muito estranho. A gente, derepente, ter que acreditar de novo na nossa gente! […] 
Dá-me um abraço, nós precisamos fazer força e ficar orgulhosos. Aconteça agora o que acontecer, o troço é irreversível.» 
Fernando Lemos, 3 de Maio de 1974 

«De repente, veio a notícia de novo golpe, e triunfante. E, logo depois, as notícias (e os jornais não deixam lugar a dúvidas) de que o golpe é realmente, em marcha, a revolução que sempre desejámos. Isto devia dar-me uma alegria imensa. 
[…]
Dá-me igualmente a sensação de que, na verdade, o nosso sacrifício foi ainda pior do que tão amargamente nos pesava, e é feito de um “exílio” que, agora, vai ainda ser mais duro por parecer injustificado. Não é tanto o ter de acreditar na nossa gente que renasce (no fundo nunca deixámos de acreditar), como o sentirmos que, no momento da liberdade, nós somos restos mortais de outro tempo que já não é este. E isto dói como o diabo.» 
Jorge de Sena, 9 de Maio de 1974

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