terça-feira, 20 de setembro de 2022

Matchundadi: Género, Performance e Violência Política na Guiné-Bissau


Matchundadi: Género, Performance e Violência Política na Guiné-Bissau
Joacine Katar Moreira 

Prefácio de Pedro Vasconcelos
Design de Horácio Frutuoso

ISBN 978-989-9006-31-7 | EAN 9789899006317

Edição: 1.ª edição em Abril de 2020; 2.ª edição em Julho de 2022
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 17 × 24 cm (brochado)
Número de páginas: 216

Com o Teatro Praga (colecção «Sequência»)


«A cultura di matchundadi tem sido o motor da vida política guineense e sem a exacerbação e a institucionalização desta forma de masculinidade hegemónica, o sumo que tem regado a política guineense desapareceria. Entre tramas, traições, mortes, destituições, eleições, nomeações, transições políticas e golpes de Estado.» 
[Joacine Katar Moreira]




Indispensável. Numa palavra seria esta a qualificação do livro de Joacine Katar Moreira que aqui se apresenta. E indispensável por múltiplas razões: porque permitirá à leitora e ao leitor aprender tanto como aprendi eu sobre a história contemporânea da Guiné-Bissau; porque desenvolve uma análise fina e sofisticada de como essa história foi e é, também, organizada por um dos processos primordiais de todas as sociedades humanas – o género; porque aponta claramente um dos elementos centrais, até aqui oculto de toda e qualquer análise sobre a realidade guineense, geradores da instabilidade e violência dos processos sociopolíticos da Guiné-Bissau – as formas de (hiper)masculinidade hegemónica que monopolizam a competição pelo poder estatal. 
[Pedro Vasconcelos] 

A cultura di matchundadi, hipermasculina, move-se dentro das estruturas do Estado, procurando fazer da matchundadi endémica uma matchundadi sistémica. Ou seja, procura institucionalizar um modus operandie uma visão do mundo na qual impera a lei do mais forte, do mais poderoso e sobretudo do mais violento, ao mesmo tempo que esta hipermasculinidade traduz as características associadas aos homens e às masculinidades, tais como a redistribuição dos recursos, a protecção (e enriquecimento) do seu clã e a ameaça permanente aos adversários políticos. Assim, a cultura di matchundadié altamente performativa mas com consequências que colidem com o ambiente democrático e a paz social, pois vive do mimetismo político e assenta no confronto constante, na demonstração de força de uns sobre outros.
[Joacine Katar Moreira]

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