Ser ou não Ser: Três Histórias – Sarrasine,
Pierre Grassou, O Coronel Chabert
Honoré de Balzac
Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN 978-989-568-022-1 | EAN 9789895680221
Edição: Agosto de 2022
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 200
Eis a questão.
Sarrasine começa por intrigar-nos com um morto-vivo decrépito que assombra os salões parisienses do palácio de Lanty;
intriga-nos ainda com a acidental visão de um Adónis pintado por Vien; e transporta-nos depois para a Itália-vaticana,
onde nada parece relacionar-se com as surpresas que enfeitaram a primeira parte desta história. Mas o morto-vivo prolonga
afinal uma radiosa juventude equívoca; e ficaremos a saber como ela perturbou, nas suas oscilações de ser-ou-não-ser, o
escultor Sarrasine.
[…]
O ser-ou-não-ser de Pierre Grassou vive de um outro tipo de equívoco: a eficácia plagiadora de um pintor quetem como
seu cliente de eleição a burguesia. Grassou, que chegou por disciplina e persistência a mostrar-se com um domínio formal
assinalável, por falta de talento criador instituiu-se como rei do plágio — mina de ouro para um vendedor de arte intrujão
e sem escrúpulos. Grassou é também pretexto para Balzac denunciar os mecanismos que forjam a fama imerecida, fruto da
cultura-inculta de uma burguesia com possibilidades materiais para fazê-la sobrepor-se às que seria justo vingarem através
de uma sólida lucidez crítica.
[…]
Quanto ao coronel Chabert, em 1882 contou pela primeira vez a sua história; chamou-lhe «La Transaction», e a revista L’Artiste revelou-a em quatro dos seus números numa
versão menos extensa; e nesse mesmo ano também surgiu integrada em Salmigondis, Contes de Toutes les Couleurs, com o
título «Le Comte Chabert».
[…]
O texto que serviu de base a esta tradução é o de 1835,
corrigido por Jean-A. Ducourneau, mais conceituado por
coleccionar as melhores formas literárias das várias versões
conhecidas, resultantes dos cortes e das alterações que Balzac
fez para as encaixar no espaço disponível dos volumes onde
foram sucessivamente publicadas.
Sobre esta história paira a sombra do advogado Derville,
o que procura resolver a situação jurídica do velho militar e é
personagem noutras ficções de Balzac, quando lhe é necessário
recorrer a um «advogado honesto».
[Aníbal Fernandes]
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