Istmo
Pedro S. Lobo
Textos de Teresa Siza e Joca Reiners Terron
Conceito de Rosely Nakagawa e Pedro S. Lobo
Design gráfico de Isabel Santana Terron
ISBN 978-989-568-052-8 | EAN 9789895680528
Edição: Outubro de 2022
Preço: 37,74 euros | PVP: 40 euros
Formato: 17 × 24 cm (encadernado)
Número de páginas: 208 (a cores)
Teresa Siza: «É este o papel desta obra de Pedro Lobo, juntar os
fragmentos labirínticos da vida do homem através do olhar de quem se
habituou a procurar os sinais dos gestos, do espírito e da representação
inevitavelmente subjetiva da multiplicidade e da desordem.»
E, porque se fala em olhar, o que conta verdadeiramente é
a sua construção, o olhar vai-se fazendo, faz parte do fotógrafo.
O experiencialismo, no estético, formulário e no sentido,
molda e esclarece o olhar e a organização de projetos. É isto
que aqui vemos, o que o fotógrafo foi fazendo e transmitindo,
em forma abstrata ou de grafismos, olhando o mundo ao seu
modo, (seja nos tecidos onde o módulo se repete, como em
azulejaria, em seriados ou sequências, seja num enquadramento de camisas axadrezadas de homens incautos, confinados pelo enquadramento). Pedro Lobo já nos deu muitas belas
imagens. Não o esquece neste conjunto, como também recolhe os momentos estéticos que uma Natureza não estética nos
dá. Mas a maioria do que de humano aqui nos surge é indecifrável e enigmático, são vidas alheias que seguem no caminho
e que acreditamos entender. Podem ser lembradas em caixilhos
datados ou séries de fotografia doméstica, lembrando o movimento crítico contra a fotografia do último quartel do século
XX; aqui são ainda testemunhos da memória, coisas subjetivas
que alimentam os espaços e as decisões. Do mesmo modo as
imagens do desleixo das arrumações, estantes e armários,
cabides e outros instantes do olhar sentidamente social. Mas
sempre, o olhar subjetivo sobre realidades e seus signos, dos
trabalhos e dos dias, do muito que o homem foi fazendo, a catedral gótica, a boneca de plástico e o manequim, a roupa no
cabide, a cúpula ou o avião, o caminho empedrado ou aquele
bode domesticado, mas rebelde.
[Teresa Siza]
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