terça-feira, 29 de novembro de 2022

No Reino Terrível da Pureza – Bibliografia da Prosa Dispersa não Ficcional de Sophia de Mello Breyner Andresen e Três Ensaios

 

No Reino Terrível da Pureza – Bibliografia da Prosa Dispersa não Ficcional de Sophia de Mello Breyner Andresen e Três Ensaios
Federico Bertolazzi


Fotografias de António Jorge Silva, Duarte Belo e Pedro Tropa

ISBN 978-989-568-007-8 | EAN 9789895680078

Edição: Outubro de 2022
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 16 × 22 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 96 (a cores)

Com o apoio da Cátedra Agustina Bessa-Luís da Universidade de Roma Tor Vergata



Sophia de Mello Breyner Andresen: «Mas a busca da transparência das coisas só é possível no reino terrível da pureza. Só aquele que tiver vivido com pureza o terrestre poderá suportar o fulgor do divino.»
 


Entre 1953 e 2003, Sophia de Mello Breyner Andresen publicou quase duas centenas de textos de vária natureza que ficaram dispersos em jornais, periódicos, livros, folhetos, plaquettes e outras publicações. Estes textos testemunham uma vivência da cultura profundamente integrada na vida e restituem a dimensão do empenho artístico de Sophia para que a poesia não fosse uma coisa exclusiva de «clérigos e letrados», mas acessível a todos os níveis, e para que a cultura pudesse realmente «habitar a vida quotidiana», proporcionando a todos o «direito à beleza».
Este livro apresenta uma bibliografia dos textos dispersos e um exemplo da sua utilização em sentido crítico: uma interpretação da obra de Sophia à luz das suas palavras.
 
Indubitavelmente, estamos perante uma parte da obra da autora que nunca por ela foi recusada e na qual a reflexão metaliterária, metacultural, política, social se desenvolve com sempre maior clareza, ajudando a penetrar o complexo e fascinante mundo desta escritora. Os ensaios sobre outros escritores representam uma espécie de cânone mínimo e pessoal que enriquece as relações intertextuais da obra de Sophia. Os depoimentos sobre outros artistas (como, por exemplo, Maria Helena Vieira da Silva) mostram a abertura da visão com que Sophia considera a arte e o papel do artista no «mundo dos homens», realçando muitos conceitos que a ela própria se adequam. As entrevistas aprofundam e alargam a perspectiva com a qual se pode abordar a leitura da poesia e da prosa da autora, sempre posta em relação com a concretude do mundo real e da vida quotidiana, na qual a cultura constantemente tem de se integrar para que, como Sophia deseja, ela não seja expressão de uma elite restrita, mas possa pertencer a todos e possa a todos melhorar a vida. Os testemunhos e os depoimentos mais envolvidos politicamente sublinham, justamente, este papel da cultura que, com clareza, Sophia descreveu desde as intervenções na Assembleia Constituinte até às páginas dos jornais.
[Federico Bertolazzi]

Sem comentários:

Enviar um comentário