As Magias do Ceilão
Francis de Croisset
Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN 978-989-9006-70-6 | EAN 9789899006706
Edição: Outubro de 2021
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 192
Um humor à inglesa, por um francês.
Para ler com um sorriso nos lábios.
Em 1925 o Oriente estava na moda. Os primeiros transatlânticos de passageiros tinham posto as grandes distâncias a
salvo dos solavancos das diligências e do fumo dos comboios; substituíam-nos por uma vida tranquila de hotel marítimo,
por uma agitação mundana de termas de luxo embaladas pela oscilação das ondas. Muitos europeus aproveitaram esta deslocação mais cómoda para se confrontar com o exotismo oriental; para verem ao vivo o que tinham dentro de si mitificado
pelas leituras e pelas pinturas dos orientalistas.
Francis de Croisset também cedeu ao apelo das viagens exóticas; e, na ocasião aqui em causa, com rápida paragem na
Índia mas prolongada descida um pouco mais ao sul, ao exotismo vegetal do Ceilão — ou do Sri Lanka, ou da Trapobana,
como lemos em Camões. Uma passageira do mesmo barco recordou-o para memória póstuma: «Homem magro, agradável
e nervoso, terrivelmente inglês, e que descia em cada porto com uma nova conquista.» Terrivelmente inglês… Encontrá-lo-emos assim nesta viagem, a olhar para ingleses com a ironia de um
olhar britânico… expressa em palavras por um francês.
[…] neste «romance» e a sobrepor-se com inesperada força, sentimos a sua capacidade de estabelecer uma relação mágica e verbalmente
faustosa com a paisagem, com a História, a arqueologia, os costumes,
os lados maléficos do exotismo. Croisset surpreende — neste êxito da
sua literatura exterior aos palcos — por se mostrar dominador de uma
prosa a que ele não deu grandes oportunidades nos trinta e sete anos
de vida e nos quarenta títulos que ele consagrou quase por inteiro à
espuma leve que lhe era pedida pelos tiques do teatro de bulevar.
A popularidade de Croisset foi, no público que no princípio do
século XX frequentava com deleite os espectáculos teatrais, enorme.
Os empresários disputavam-lhe os textos; e o cinema mais de vinte
vezes se lembrou das suas peças. […]
Era uma vez… apetece-nos dizer, para começarmos a ouvir este
Ceilão assassinado pelo esplendor da selva: É inútil as escavações exumarem e ressuscitarem deuses. Mal eles se erguem, a planta inimiga assedia-os com espinhos que rasgam, raízes que furam e lianas que submergem.
[Aníbal Fernandes]
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