Livro do Ponto
Ana Claro, Ana Pires, André
Pinto, Annet Couwenberg, António Quadros Ferreira, Ariana Moroder, Benedita
Pestana, Filipe Rocha da Silva, Filomena Silvano, Guida Fonseca, Helena
Loermans, Hugo Ferrão, Isabel Sabino, Jessica Hallett, Jessica Hemmings, Joana
Fonseca, Joaquim Pinheiro, Johanna Bramble, José Silva, Kevin Rodrigues, Maria
Gimeno, Maria João Ferreira, Nelson Durães, Paula Monteiro, Rita Salvado, Rui
Miguel Lobo, Rute Rosas, Sandra Leandro, Sofia Silva, Susana Pires.
Coordenação de Cristina Barrocas Dias, Filipe Rocha da Silva,
Córtex Frontal – Residências e oficinas e Susana Pires
Apresentação de Ana Costa Freitas, Ana Paula Amendoeira,
Filipe Rocha da Silva e Sílvia Pinto
ISBN 978-989-8833-46-4 | EAN 9789898833464
Edição: Setembro de 2021
Preço: 20,75 euros | PVP: 22 euros
Formato: 17 × 23,5 cm (brochado)
Número de páginas: 320 (a cores)
Com o apoio da Câmara Municipal de Arraiolos, Direcção Regional de
Cultura do Alentejo, Universidade de Évora e outras entidades
Ana Paula Amendoeira: «O saber acumulado que existe no Alentejo, na área
dos lanifícios e da arte têxtil, representa um potencial enorme para a criação,
produção e transferência de conhecimento, contribuindo objetivamente para
assegurar futuro a esta atividade.»
Recordo o episódio da Odisseia no qual Penélope adia sucessivamente o seu casamento com um dos pretendentes ao
lugar de Ulisses, com a desculpa de que tem de terminar primeiro uma peça tecida, na realidade a mortalha para o sogro,
Laertes.
Para além de todas as interpretações que o expediente possa suscitar, ele chama a atenção para um fator sempre presente
na história da arte têxtil: o tempo.
Por ser uma tecnologia imemorial ligada à adaptação e sobrevivência da espécie humana na natureza, ao lar (oikos), aos
dispositivos ligados à caça e à pesca; por ser uma superfície
meticulosa, prévia e pacientemente executada ponto a ponto, a confeção têxtil acarreta a ideia do planeamento e da extensão no tempo, o contrário da urgência e do oportunismo
históricos.
Como interpretar então a significativa presença que esta
forma de arte tem assumido nos últimos anos, comprovada
pela sua presença nos grandes fora artísticos mundiais? Como
se conjuga o contemporâneo com o intemporal? […]
O Ponto concentrou-se por isso também na história e na
tradição do têxtil: a perenidade e futuro do fenómeno Arraiolos e do têxtil no Alentejo; mas também na sua presença entre
os mais profícuos criadores internacionais; nas combinatórias
entre o têxtile as mais recentes formas artísticas e tecnológicas,
nomeadamente o digital.
[Filipe Rocha da Silva]
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