Sofia Areal: 20 Anos para a Frente, 20 Anos para Trás
Sofia Areal
Edição de Martim Brion
Textos de Jorge Silva Melo, José Luís Porfírio, Martim Brion, Ricardo Escarduça
ISBN 978-989-8833-64-8 | EAN 9789898833648
Edição: Setembro de 2021
Preço: 35,85 euros | PVP: 38 euros
Formato: 23,6 × 33 cm (encadernado, com cinta)
Número de páginas: 224 (a cores)
Com a Fundação Carmona e Costa
Edição bilingue: português-inglês
A obra de Sofia […] é um retrato da sua vida, um retrato das suas
ideias, necessidades e desejos, a necessidade de se exprimir e de ser
livre sem mais restrições que as suas capacidades físicas e os limites
da sua imaginação.
[Martim Brion]
Como a maior parte das exposições na Fundação Carmona e Costa, esta é uma exposição de câmara, i.e., onde o formato
conta e o suporte é o papel, onde o desenho está presente, muito embora sem ser dominante, e, no caso de Sofia Areal, onde
a exuberância de cor é dominante, indispensável quase sempre. Dizer câmara não é limitar, é ajudar a definir a regra do jogo
que se joga neste conjunto de obras que, embora descendo no tempo até aos anos 90 do século XX, não se institui como
história ou retrospectiva, mas como uma espécie de mapa poético, ou como um passeio através de formas e temas que constroem
uma paisagem e essa paisagem é: a pintura e o desenho de Sofia Areal.
A formas dominantes estão todas lá e associam-se a temas que a artista
elege em séries e nomeia com o seu peculiar gosto de inventar nomes e
títulos que têm sempre «algo que se lhe diga», é a artista quem o afirma.
[…]
Depressa e bem…
… há pouco quem! É o povo que o diz num provérbio contra o qual
Sofia se insurge, porque a velocidade e a urgência são o seu forte, muito
embora em certos casos possa andar alguns anos em torno de um desenho-colagem sem saber o que lhe fazer, esperando o instante em que
subitamente resolva o problema depressa, depressa sempre. Esta urgência
é parte integrante do seu fazer, de um trabalho que é, sempre, um divertimento, um prazer ou uma fonte de alegria, rápida e amável no sentido
em que está sempre buscando um afecto positivo.
Esta rapidez assemelha-se ao improviso e sobretudo ao desaprender.
Sofia Areal frequentou escolas, porém a sua prática artística faz-se no abandono delas, na capacidade de emigrar para uma escrita antes da escrita,
um desenho antes do desenho e uma pintura a fazer-se ali diante dos nossos olhos, sempre viva porque sempre incompleta, caminho sem fim, jogo,
brincadeira, grito, riso, divertimento.
[José Luís Porfírio]
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