quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Emancipação — O futuro de uma ideia política


Emancipação — O futuro de uma ideia política

Alcides A. Monteiro, André Barata, Anselm Jappe, António Campelo Amaral, Catarina Sales Oliveira, Luís Filipe Madeira, Luís Trindade, Maria João Cabrita, Nuno Miguel Cardoso Machado, Renato Miguel do Carmo, Rui Tavares, Stefan Gandler

Organização de André Barata, Renato Miguel do Carmo, Catarina Sales Oliveira

ISBN 978-989-8902-27-6 | EAN 9789898902276

Edição: Novembro de 2018
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 16 x 22 cm (brochado)
Número de páginas: 224

Com o Grupo de Filosofia Prática/Labcom.IFP



Semelhante discussão releva tanto do pensamento filosófico, nomeadamente político e social, como da história, da sociologia, da teoria social e das políticas sociais.


A passagem do século e do milénio, marcada logo no ano 2001, não pela prometida odisseia no espaço, mas pelo trauma de 11 de Setembro, embaciou o conceito de emancipação que, desde o seu advento, se tornara central para a Modernidade, passando pela saída do homem da sua menoridade, a que Kant chamou Aufklärung, e pela emancipação humana que Marx opôs à emancipação política em A questão judaica, passando pela emancipação dos outros sujeitos, as minorias, e aquela que é, na verdade, a maioria, as mulheres. Hoje, contudo, as respostas de emancipação dos séculos passados, se procuravam fazer sair de um estado de maior desigualdade, ou discriminação, ou menorização, já não podem ser consideradas respostas realizadoras.
Pelo contrário, hoje, o crescimento das desigualdades tornou-se o denominador comum da economia global, comprometem-se solidariedades sociais e comunitárias, mesmo intergeracionais, compromete-se sobretudo o mundo natural, a sustentabilidade da vida do nosso planeta, ignorando limites, e as intolerâncias, de fundo fundamentalista, xenófobo ou outro, fazem do espaço público e da convivialidade uma ficção mal disfarçada por um excesso de procedimentalismo que dispensa, e assim também aliena, a confiança uns nos outros. Hoje, quando se reconhece que a Modernidade está em crise é este seu motor ínsito que está em crise: a emancipação e a sua representação, as suas causas e a suas políticas concretas.
O que nos propusemos, primeiro em colóquio, e agora em livro, é trazer à discussão, a partir deste contexto contemporâneo, o conceito de emancipação, perguntar pelo que permanece de emancipador na ideia de emancipação, identificar os seus mais prementes horizontes de verificação, pensar por que linhas pode pensar-se novas práticas de emancipação.
[André Barata, Renato Miguel do Carmo, Catarina Sales Oliveira]

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