segunda-feira, 25 de julho de 2022

Imagem em Fuga: Júlio Pomar, Menez e Sónia Almeida

 

Imagem em Fuga: Júlio Pomar, Menez e Sónia Almeida

Organização de Sara Antónia Matos
Textos de Sara Antónia Matos, Maria Quintans, Júlio Pomar
Design gráfico de Oh!Mana

ISBN 978-989-568-019-1 | EAN 9789895680191 

Edição: Junho de 2022 
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros 
Formato: 17 × 21 cm (brochado) 
Número de páginas: 178 (a cores) 

Com o Atelier-Museu Júlio Pomar 

Edição bilingue: português-inglês



«Imagem em Fuga: Júlio Pomar, Menez e Sónia Almeida» dá seguimento ao programa de exposições do Atelier-Museu que, regularmente, procura cruzar a obra de Júlio Pomar com a de outros artistas, de modo a estabelecer novas relações entre a obra do pintor e a contemporaneidade. 





Esta exposição pretende pensar o modo como o trabalho de Júlio Pomar se cruza com o trabalho de Menez, com quem manteve uma relação epistolar e artística de grande cumplicidade e admiração, e o de uma pintora de uma geração mais nova, Sónia Almeida, para quem o trabalho de Menez foi referência no tempo de faculdade. Em torno da ideia de influência e contaminação em arte (tomando o entendimento desses conceitos como produtivo e não pejorativo), procura explorar-se o modo como as imagens se fixam e simultaneamente nos fogem. 
O título, «Imagem em Fuga», é motivado pelo interesse que Sónia Almeida mostrou na obra de Júlio Pomar, nomeadamente nos painéis do Cinema Batalha, frescos pintados sobre a parede, no final da década de 40, e mandados destruir logo de seguida, por intermédio da PIDE: imagens desaparecidas, apagadas, inacessíveis desde então. Dessas imagens que nos fogem e das quais hoje resta apenas documentação (fotografias, desenhos, projecto e cartas que testemunham a censura a que a obra foi sujeita) nasceram contágios que remanescem agora no projecto de Sónia Almeida para o Atelier-Museu.
[Sara Antónia Matos] 

A pintura de Menez ou esta ópera — vejo-as ambas neste teclado. Negaça do vivido da escrita, o objecto palavra parece às vezes não andar longe. Por negaça e poder de aparência: consignar num lugar o que nele não está, a claridade fugaz daqueles passos em que a voz se projecta para além do desejo ou da recusa de saber. Cerrem-se as pálpebras: já a imagem se tece. Mas a palavra imagem é ainda rígida. Substituí-la por: o que se respira num lugar de passagem, fluxo, visitação. Eis o que dei comigo a conspirar, passando de ratoeira para ratoeira pela mão traiçoeira da palavra. Sobre, ou a partir da pintura de Menez. Pintura a que chamaria metafísica se os classificantes do inclassificável não tivessem posto o adjectivo em saldo. 
[Júlio Pomar]

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