Prefácio de Raquel Henriques da Silva
Fotografias de Pedro Tropa
Design gráfico de Pedro Falcão
ISBN 978-989-568-033-7 | EAN 9789895680337
Edição: Julho de 2022
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 348
«Admiro a escrita quase martelada, aparentemente pouco literária, indo
direita ao assunto: escrita de engenheiro, dir-se-ia. Todavia, só aparentemente
é assim, e foi essa ambivalência a razão da escolha da epígrafe [do meu
artigo]: “(…) tanto tenho cosido paredes rasgadas que me sinto uma espécie
de alfaiate dos prédios antigos, sempre de fatos à medida, sempre com boas
linhas, agulhas e tesouras.”»
Raquel Henriques da Silva, no Prefácio
«Num dia de finais de 80, já percorridos muitos quilómetros de
ruas e travessas, e vistos milhares e milhares de metros quadrados
de edifícios quase todos anónimos e praticamente todos em mau
estado, percebi também que tinha encontrado o meu destino, que
definitivamente estava ali, na história desses edifícios e dessa cidade.»
«Há já muitos anos, a minha vida profissional foi-se encaminhando para novos destinos, quando fui deixando de ser especialista
em estruturas, que nunca quis ser apenas, para me transformar, ou
melhor, me ir paulatinamente transformando num generalista da
construção, com interesse especial pela sua história e pelas histórias
de vida dos edifícios que são, afinal, a história da própria cidade.
E nessa caminhada, feita com gosto, mas muitas vezes a sós,
Lisboa teve um papel central, talvez porque seja a minha cidade e a
cidade que sinto como minha, nas suas paredes e nas calçadas, no seu
ar simultaneamente chique e decadente, das tristezas que se desprendem dos seus fados, cruzados com a alegria de uma luz sem par.
É sobretudo a Lisboa das colinas que me encanta, que tento ver
de todos os ângulos possíveis, de miradouros, de largos e ruas, sobretudo quando se consegue não ver a degradação de tantos prédios,
a vegetação a crescer nas casas abandonadas, saboreando a cascata de
telhados de muitos vermelhos que parecem escorregar lentamente
pelas encostas até irem beijar o vale e o rio.»
[João Appleton]
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