Imaginário Júlio Dinis
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12 de Setembro de 2021 - 31 de Dezembro de 2022
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12 de Setembro de 2021 - 31 de Dezembro de 2022
Júlio Dinis
Apresentação de Nuno Faria
ISBN 978-989-9006-96-6 | EAN 9789899006966
Edição: Agosto de 2021
Preço: 19,81 euros | PVP: 21 euros
Formato: 12 × 17 cm (bloco colado à cabeça)
Número de páginas: 832
Com o Museu da Cidade (Câmara Municipal do Porto)
Dentre os escritores portugueses esquecidos, Júlio Dinis é, possivelmente, o
mais famoso. A publicação que temos em mãos, simples, delicada e leve, dá
corpo a um apaixonado e refinado trabalho de investigação e de edição, e
consubstanciou-se da forma mais eficaz até hoje inventada para se conhecer
a obra de um autor: a leitura. Melhor dizendo, a leitura amorosa.
À medida que vamos folheando as mais de 800 páginas deste Imaginário — que preferencialmente deverá ser percorrido
dia-após-dia, respeitando a sua organização em forma de diário, mas que também podemos ler de um jacto ou guiados pelo
acaso da abertura de página —, vamos (re)descobrindo fragmentos dos sucessivos romances de Júlio Dinis (cujos títulos nos
soam sempre estranhamente familiares, como se nos pertencessem), permeados de poemas, trechos de cartas, reflexões do
autor e, como se não bastasse, de imagens de pranchas do seu inesperado Herbário, de objectos que possuiu em vida e que
velavam a sua escrita, mas também de citações, desenhos ou pinturas de outros
autores aparentados em estilo ou em espírito.
A organização em palimpsesto desta edição activa, de facto, todo um
conjunto de ressonâncias ou de fulgurações que, fatalmente, estimulam a
nossa curiosidade de leitor e nos revelam a generosidade e a complexidade
de um autor sempre atento àquilo que o rodeava: ávido de viver e de sorver
o mundo, desejoso de todas as formas de existência.
Joaquim Guilherme Gomes Coelho, conhecido por gerações inteiras e
sucessivas de leitores e de não-leitores como Júlio Dinis — e desconhecido
de tantos enquanto Diana de Aveleda, o seu pseudónimo de género feminino
—, desaparecido aos 32 anos incompletos, deixou-nos fiéis depositários de
uma obra extensa que se declina em múltiplos formatos, que se estilhaça em
muitos fragmentos — romance, poesia, cartas, crónicas, teatro, um herbário.
Mas é nos intervalos desses escritos que reside verdadeiramente o segredo, a magia do seu pensamento e do seu compromisso com o mundo e com
os outros, com as pessoas, com os animais e com as plantas; naquilo que liga
mas que não se vê, que não se evidencia em positivo mas em negativo: o fôlego, o ânimo. Que possamos agora respirar por ele, reanimando a sua obra.
[Nuno Faria]
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